ESPÉCIE: 000.051
CAIXA TAXONÔMICA
02: - Accipitriformes:02.1: - Accipitrídeos:
02.1.03: - Aquila:
02.1.03.01: - Águia-Imperial-Ibérica (Aquila adalberti)
C.L.Brehm, 1861
ESTADO DE CONSERVAÇÃO: NT – Quase Ameaçada.
A Águia-imperial-ibérica (Aquila adalberti) é uma espécie de águia endémica do sudoeste da Península Ibérica e norte de Marrocos. Até pouco tempo era considerada uma subespécie da Águia-imperial-oriental (Aquila heliaca), porém os estudos do DNA de ambas as aves demonstraram que estavam suficientemente separados para cada uma constituir uma espécie válida. A Águia-imperial-ibérica encontra-se atualmente em perigo de extinção.
Descrição:
A sua plumagem é parda muito escura em todo o corpo, exceto nos ombros e parte superior das asas, de cor branca. A nuca é ligeiramente mais pálida que as outras partes do corpo, e a cauda mais escura, sem faixas claras ou linhas brancas como na Águia-imperial-oriental. No caso dos indivíduos sub adultos, estes são pardos avermelhados, sem diferenças de coloração, e não desenvolvem a plumagem dos indivíduos até aos 05 anos de idade, ao mesmo tempo em que atingem a maturidade sexual. O tamanho médio dos adultos é de 80 cm de altura e 2,8 kg, se bem que as fêmeas, maiores que os machos, possam chegar aos 3,5 kg. A envergadura varia entre os 1,9 e 2,2 m.
Habita em áreas de sobreiros e azinheira esparsos, com pradarias próximas. A base da sua alimentação é constituída por coelhos, que caçam solitárias ou em parelha. Também depreda sobre lebres, pombos, corvos e outras aves, e em menor escala raposas e pequenos roedores, podendo alimentar-se ocasionalmente de carne de cadáveres. As capturas são consideravelmente menores que as da Águia-real, dado que as garras da imperial não são tão fortes como as da real.
Ao contrário da Águia-imperial da Eurásia e África oriental, a espécie ibérica não emigra. Cada casal defende a sua zona de caça e reprodução (uns 2000 hectares) durante todo o ano.
Reprodução:
A Águia-imperial-ibérica é monogâmica. A época de acasalamento tem lugar de Março a Julho, durante a qual as águias restauram um dos ninhos que têm usado durante anos, rodando de um para outro. Estes ninhos estão situados na copa de árvores como sobreiros e pinheiros. Nas zonas de reflorestação habituaram-se a nidificar sobre eucaliptos, apesar de ser esta una espécie alóctone. Nidificam tanto em ramos altos como baixos.
A postura típica consta de quatro a cinco ovos de 130 gramas de peso que são incubados durante 43 dias. É normal desenvolverem-se até três crias, ainda que esta tendência tenha diminuído ao longo dos últimos anos devido ao uso de pesticidas, que aumentam o número de ovos estéreis. Se o ano é mau e há pouca comida, a cria maior monopoliza-a e é a única que sobrevive; não obstante, pode-se dizer que a Águia-imperial-ibérica não pratica o cainismo. Quando necessitam de ir à busca de comida, os progenitores cobrem os ovos ou crias com folhas e ramos para evitar que seja descoberto pelos predadores, algo que por vezes não é suficiente, resultando que algumas crias sejam capturadas por uma Águia-real ou, no caso de ninhos baixos, por uma raposa ou outro carnívoro de tamanho médio.
As crias abandonam os ninhos entre os 65 e os 78 dias, mas continuam a viver nas imediações e a ser alimentados pelos progenitores durante quatro meses. Após este tempo, tornam-se independentes e iniciam uma vida nômada. Quando alcançam a maturidade sexual visitam frequentemente os limites dos territórios de casais sedentários em busca de algum indivíduo de sexo oposto solteiro ou viúvo. Os jovens nômadas são frequentemente atacados pelos casais adultos em cujos territórios entram. É um animal Ovíparo.
Estado de conservação:
Ainda no início do século XX, a Águia-imperial-ibérica era um animal muito abundante em grande parte da sua zona de distribuição, no entanto nas últimas décadas o seu número foi drasticamente reduzido. Atualmente apenas existe notícia em Portugal de avistamentos ocasionais de nômadas, e a população de Marrocos poderá estar reduzida a um único casal reprodutor e algumas das suas crias. Em Espanha habitam atualmente (2007) cerca de 240 casais adultos e um número indeterminado de jovens nômadas, principalmente nos parques nacionais de Cabaneiros e no Parque Natural de Doñana. Desde 1991 observa-se uma notável desproporção de sexos na espécie, sendo 70% das crias nascidas do sexo masculino. Em 2005, o CSIC (Conselho Superior de Investigação Científica de Espanha) pôs em prática um plano para tentar aumentar o número de fêmeas.
As causas da diminuição populacional da Águia-imperial-ibérica são várias. Em meados do século XX, as águias eram mortas pelos criadores de gado tal como muitos outros rapaces, apesar de nunca se terem observado ataques de esta espécie contra rebanhos (apenas alguns ocasionais contra patos domésticos). As primeiras medidas de proteção forma implementadas em meados dos anos 1960 em resultado, em grande parte, do trabalho efetuado por Félix Rodríguez de la Fuente.
Apesar disso, o desenvolvimento da rede eléctrica na península (e com aquela, o aumento das mortes de jovens que chocam com os cabos de alta tensão), o uso de pesticidas e a propagação do mixomatose e outras epidemias que afetam os coelhos, o seu principal alimento, colocou a espécie no limiar da extinção. Ainda que continue em perigo, a atenção do governo espanhol conseguiu que a população desta águia duplicasse desde os inícios dos anos 1990.
Videos da Espécie:
Fotos da Espécie:
ORNITOLOGIA
Jisohde G. Posser
120407
Muito boas noites,
ResponderExcluirmuito bom seu trabalho, meus parabéns.
É um pouco diferente do meu "Birdsblog" mas, no fundo está ligado à ornitologia de grande porte.
Boas sorte.
Um abraço.
Osvaldo Sereno
Sim é verdade!
ExcluirDiferente de você, não tenho criatório de aves, apenas estou apresentando a classe das aves, na ordem alfabética por ORDENS, FAMÍLIAS, GÊNEROS E ESPÉCIES.
Obrigado pela visita.
Jisohde G. Posser - 120407 18.44